Quando li que lançaria um filme gravado durante doze anos a primeira coisa que pensei foi: "Se der errado eu vou rir". Não deu errado, Boyhood se manteve tão fiel a sua proposta de apresentar a vida dos personagens ao longo desses anos que de tão fiel a sua proposta se manteve como a vida segue, em pequenos momentos que fazem parte da formação de um individuo em meio a altos e baixos que não se permitiram ser surpreendentes, sendo tão ordinários como a vida realmente é.
Como disse antes, boyhood não é um filme instigante com uma história empolgante, ele se mantem simplista e fiel a proposta de acompanhar o crescimento de um garoto e a vida das pessoas a sua volta. Como as decisões tomadas por sua mãe e por seu pai, fazendo ele e sua irmã viver por diferentes tipos de famílias ao longo dos anos, como nos pequenos detalhes da vida de Mason que o levaram a escolher ser fotografo e buscar pela arte, falando sobre suas teorias autênticas sobre a vida e a civilização robotizada. As passagens de cenas não veem acompanhadas por uma legenda com o ano ou a idade do garoto, o forçando a prestar atenção em detalhes com um clipe que algum personagem está assistindo, ou lançamento de um livro, ou música. E a trilha sonora fica por conta de bandas como Coldplay e Arcade Fire. O filme tem recebido boas críticas e premiado em importantes festivais, mas não vi nada de extraordinário a não ser pela maneira que foi feito.